Arquidiocese de Braga -
11 outubro 2018
Sínodo 2018. Primeira semana marcada por debate sobre abusos sexuais e tecnologia
DACS com Agência Ecclesia
A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos reflecte agora sobre a segunda parte do Instrumentum Laboris, dedicada à fé e ao discernimento vocacional.
O Sínodo dos Bispos, que decorre no Vaticano até 28 de Outubro, entrou ontem na segunda fase dos trabalhos, depois de uma semana marcada pelo debate sobre os abusos sexuais na Igreja e a tecnologias.
A síntese da primeira fase de reuniões gerais e trabalhos dos grupos foi apresentadas pelos 14 “círculos menores”, em várias línguas, incluindo, pela primeira vez, o português.
Um dos textos, divulgados pela sala de imprensa da Santa Sé, rejeita que o tema dos abusos sexuais seja “removido tangencialmente com algumas frases curtas”, sem assumir o sofrimento provocado às vítimas e o “falhanço catastrófico” na gestão destes casos.
Outro grupo sublinha que este “escândalo” afecta o trabalho da Igreja a todos os níveis, porque “comprometeu a sua credibilidade”.
Os 14 relatórios dos “círculos menores” abordam vários temas em comum como a importância da comunidade, as migrações, a família, as migrações, a educação e a sexualidade.
Os participantes destacam o impacto das tecnologias da comunicação e das redes sociais, uma “parte permanente da vida e da identidade dos jovens”. O grupo de língua alemã, porém, criticou o excesso de “optimismo” neste campo, alertando para os “perigos destrutivos” deste mundo digital.
Vários círculos propõem uma mensagem aos jovens com uma dimensão multimédia e mais amiga dos jovens, falando a todos e não apenas ao mundo ocidental. As primeiras propostas desejam que os jovens recebam “formação social e política” para evitar populismos, radicalismos e a xenofobia.
O sínodo já elegeu, também, os bispos e presbíteros que irão redigir o documento final do encontro. Composto por 12 elementos, os cinco escolhidos para representar cada continente foram o Cardeal Carlos Aguiar Retes, arcebispo da Cidade do México; o Cardeal Peter Turkson, do Gana; o Cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Mumbai (Bombaim); o Arcebispo de Chieti-Vasto, Bruno Forte (Itália); e o Arcebispo Peter Comensoli, de Melbourne (Austrália).
A este cinco elementos juntam-se outros cinco, dois devido ao seu cargo no sínodo e três por escolha directa do Papa Francisco: o Cardeal Lorenzo Baldisseri (Itália), secretário-geral do Sínodo dos Bispos; o Cardeal Sérgio da Rocha (Brasil), relator geral; o Pe. Alexandre Awi Mello (Brasil), secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; o Arcebispo Maior Sviatoslav Shevchuk, hierarca da Igreja Greco-Católica Ucraniana; e o Pe. Eduardo Gonzalo Redondo, dirigente do ministério das vocações em Cuba.
Também na comissão vão estar o salesiano Rossano Sala e o jesuíta Giacomo Costa, secretários especiais do sínodo.
A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos reflecte agora sobre a segunda parte do Instrumentum Laboris, documento que foi elaborado pelo Papa Francisco em preparação deste encontro. O tema é "Interpretar: Fé e Discernimento Vocacional".
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