Arquidiocese de Braga -

30 setembro 2020

Francisco questiona desconhecimento da Bíblia

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DACS com Agência Ecclesia

A carta refere que em muitas famílias cristãs “não há ninguém que se sinta capaz de dar a conhecer aos filhos a Palavra do Senhor com toda a sua beleza e força espiritual”.

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O Papa Francisco questionou esta quarta-feira o desconhecimento da Bíblia, numa carta apostólica lançada no 16.º centenário da morte de São Jerónimo, que se distinguiu pela tradução e comentário dos textos bíblicos.

Em ‘Sacrae Scripturae affectus’ (O afecto pela Sagrada Escritura), o Papa afirma que a riqueza da Escritura é ignorada ou minimizada por muitos, porque não lhes foram fornecidas as bases essenciais para o seu conhecimento” e defende, consequentemente, que, a par dum incremento dos estudos eclesiásticos, dirigidos a sacerdotes e catequistas”, deve ser promovida uma formação alargada a todos os cristãos”.

A carta refere que em muitas famílias cristãs “não há ninguém que se sinta capaz de dar a conhecer aos filhos a Palavra do Senhor com toda a sua beleza e força espiritual”.

Já em 2019, com o motu proprio ‘Aperuit illis’, o Papa tinha determinado que “o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus” nas comunidades católicas.

Francisco pede que o ensino sobre a Bíblia garanta aos alunos “uma capacidade interpretativa competente”, incluindo a “contribuição indispensável do Antigo Testamento”, e desafiou os jovens: parti à procura da vossa herança”.

Na carta, o Papa Francisco apresenta uma síntese da vida de São Jerónimo, marcada pela “consagração absoluta e rigorosa a Deus” e “o empenho assíduo no estudo”, mostrando a sua admiração pelo autor de uma histórica tradução da Bíblia para o latim, a Vulgata.

“O resultado é um verdadeiro monumento que marcou a história cultural do Ocidente, modelando a sua linguagem teológica. Jerónimo é exegeta, professor, guia espiritual”, declara o sumo pontífice.

O Papa sublinha ainda a importância da tradução, saudando a “vitalidade missionária extraordinária” que se manifesta na publicação da Bíblia “em mais de três mil línguas”.

“O centenário actual constitui um apelo a amar o que Jerónimo amou, redescobrindo os seus escritos e deixando-se tocar pelo impacto duma espiritualidade que se pode descrever, no seu núcleo mais vital, como o desejo inquieto e apaixonado dum conhecimento maior do Deus da Revelação”, escreve Francisco.