Arquidiocese de Braga -

18 dezembro 2020

Papa Francisco apela a "cultura do cuidado"

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DACS | Fotos: DR

Mensagem do Papa Francisco para a celebração do 54º Dia Mundial da Paz, que se assinala a 1 de Janeiro, foi publicada ontem.

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Já é conhecida a Mensagem para o 54º Dia Mundial da Paz. O documento, escrito pelo Papa Francisco, foi ontem publicado pela Santa Sé e intitula-se "A cultura do cuidado como percurso de paz".

O Papa começa por explicar que a Covid-19 marcou inevitavelmente o ano de 2020, contribuindo para o agravamento de outras crises como a climática, alimentar, económica e migratória.

“Penso, em primeiro lugar, naqueles que perderam um familiar ou uma pessoa querida, mas também em quem ficou sem trabalho. Lembro de modo especial os médicos, enfermeiras e enfermeiros, farmacêuticos, investigadores, voluntários, capelães e funcionários dos hospitais e centros de saúde, que se prodigalizaram – e continuam a fazê-lo – com grande fadiga e sacrifício, a ponto de alguns deles morrerem quando procuravam estar perto dos doentes a fim de aliviar os seus sofrimentos ou salvar-lhes a vida”, afirma.

O Santo Padre renovou ainda o apelo aos responsáveis políticos e ao sector privado para que tomem “as medidas adequadas para garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19 e às tecnologias essenciais necessárias para dar assistência aos doentes e a todos aqueles que são mais pobres e mais frágeis”.

Consciente de que a par da solidariedade e fraternidade abundam igualmente os testemunhos de nacionalismo, racismo, xenofobia, guerras e conflitos, o Pontífice quis falar sobre a “cultura do cuidado” como antídoto contra a indiferença, o descarte e o conflito.

Ao longo de vários pontos da Mensagem, o Papa Francisco sublinha que a vida só faz sentido quando colocada ao serviço do bem comum, até porque “ninguém se salva sozinho”. Cuidar através da solidariedade é uma obrigação, dado que todos são “verdadeiramente responsáveis por todos”.

“Assim, num tempo dominado pela cultura do descarte e perante o agravamento das desigualdades dentro das nações e entre elas, gostaria de convidar os responsáveis das Organizações internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da comunicação social e das instituições educativas a pegarem nesta «bússola» dos princípios acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de globalização, «um rumo verdadeiramente humano»”, pede.

O Papa Francisco conclui a Mensagem referindo uma barca da humanidade sacudida pela tempestade da crise que só poderá navegar para um horizonte mais calmo e sereno se se deixar dirigir pelo leme da dignidade humana e pela bússola dos princípios sociais fundamentais.