Arquidiocese de Braga -

27 dezembro 2021

Francisco escreve aos casais sobre a pandemia

Fotografia Brooke Cagle/Unsplash

DACS com Agência Ecclesia

Papa falou sobre impactos da pandemia e dos consequentes confinamentos nas relações familiares e apelou ao perdão.

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O Papa Francisco publicou este domingo uma carta dirigida aos casais de todo o mundo em que aludiu aos vários impactos da pandemia e dos confinamentos e deixou uma mensagem de “proximidade” particularmente a quem viveu momentos de perda e separação.

Após a recitação do ângelus, o Papa anunciou a publicação da carta como “presente de Natal” para os casais e um sinal de “proximidade”, sublinhando a importância de “refletir e fazer experiência da vontade e da ternura de Deus, que com mão paterna guia os passos dos esposos, no caminho do bem”.

Francisco assinalou assim o primeiro aniversário da proclamação do ano especial Família Amoris Laetitia – iniciativa que decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma, a 26 de Junho de 2022 –, afirmando que a incerteza, a solidão, a perda de entes queridos” obrigaram a sair das nossas seguranças, dos nossos espaços de controlo, da nossa forma de fazer as coisas, das nossas ambições, para nos interessarmos não apenas pelo bem da nossa família, mas também pelo da sociedade, que depende igualmente do nosso comportamento pessoal”.

O líder da Igreja Católica disse que as famílias estiveram sempre presentes nas orações, mas mais ainda durante a pandemia que colocou todos duramente à prova, sobretudo os mais vulneráveis”, o que levou Francisco a aproximar-se, com humildade, estima e compreensão, de toda a pessoa, casal e família na sua situação concreta”.

Para o Papa, passar mais tempo em família “não é fácil” e requer um exercício especial de paciência” quando é preciso trabalhar, estudar, divertir-se e descansar na mesma casa”. No entanto, esta “oportunidade” deve ser um refúgio no meio das tempestades” e a família um lugar de acolhimento e compreensão”.

O pontífice manifestou, também, a proximidade e afecto perante quem chegou a uma ruptura da relação após uma convivência particularmente difícil” durante os confinamentos, e pediu que não se deixe de procurar ajuda para que se possa dalguma forma superar os conflitos, a fim de que estes não provoquem ainda mais sofrimento entre vós e aos vossos filhos”.

O Papa Francisco apelou ao perdão, sublinhando que Deus acompanha e ama “incondicionalmente” todas as pessoas e que as diferentes situações da vida são circunstâncias em que o compromisso mutuamente assumido obriga cada um a abandonar a própria inércia, as certezas, os espaços de tranquilidade para sair rumo à terra que Deus promete”.

Francisco reflectiu também sobre a importância da paternidade e da maternidade, da autoridade e da educação dos filhos, desafiando as famílias a “colaborar na Igreja” e a lançar pontes entre as gerações para a transmissão dos valores que constroem a humanidade”.