Arquidiocese de Braga -
22 julho 2022
Papa altera relação do Opus Dei com o Vaticano
DACS com Agência Ecclesia/Vatican News
O prelado, máxima autoridade do Opus Dei, deixa de poder ser nomeado bispo.
O Opus Dei responde, a partir de 4 de Agosto, perante o Dicastério para o Clero, e o responsável da prelatura deixa de poder ser nomeado bispo. É o que determina uma carta apostólica do Papa Francisco, datada de 14 de Julho.
Na carta ‘Ad carisma tuendum’ (Para tutelar o carisma), o Papa Francisco determina que o dicastério da Santa Sé de referência para a prelatura deixa de ser o dos Bispos, em consequência da nova constituição da Cúria Romana, ‘Praedicate Evangelium’ (Anunciai o Evangelho).
O prelado, máxima autoridade do Opus Dei, deixa de poder ser nomeado bispo – passa a ter o título de “protonotário apostólico supranumerário”, sendo tratado por “reverendo monsenhor” –, numa decisão que pretende “reforçar a convicção de que, para a tutela do dom peculiar do espírito, é precisa uma forma de governo fundada mais sobre o carisma do que sobre a autoridade hierárquica”. O responsável da prelatura tem agora o dever de apresentar um relatório anual ao Dicastério para o Clero sobre “o estado da prelatura e o desenvolvimento do seu trabalho apostólico”.
Francisco determina ainda que os estatutos da prelatura sejam “convenientemente adequados” a estas mudanças, por proposta do próprio Opus Dei e sob aprovação dos “órgãos competentes da Sé Apostólica”.
O monsenhor Fernando Ocáriz, actual prelado do Opus Dei, afirma, numa carta a todos os membros da prelatura, que “a vontade do Papa de sublinhar agora a dimensão carismática da Obra convida-nos a reforçar o clima de família, de afecto e de confiança”, pelo que o prelado “deve ser um guia, mas sobretudo um pai”.
A carta apostólica surge 40 anos depois da constituição apostólica de São João Paulo II que erigiu a prelatura pessoal e visa, de acordo com o Santo Padre, “tutelar o carisma” e “promover a acção evangelizadora” que os membros do Opus Dei realizam.
Em Portugal desde 5 de Fevereiro de 1946, a instituição católica foi criada em 1928, na Espanha, por São Josemaría Escrivá de Balaguer, com a finalidade de colaborar na missão evangelizadora da Igreja e na difusão da visão cristã no mundo.
O Opus Dei é uma prelatura pessoal da Igreja Católica – figura pastoral prevista no Concílio Vaticano II – que “sensibiliza” os cristãos para a importância religiosa da “vida corrente do dia-a-dia, na família e no trabalho”, e oferece uma proposta formativa, teológica, espiritual e apostólica, que passa por retiros, aulas de formação, círculos sobre temas de vida cristã, e acompanhamento espiritual pessoal.
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