Arquidiocese de Braga -

9 maio 2024

Opinião

A mulher e a maternidade

Suzana Bandeira

Mãe não é só quem gera, mas quem guarda, quem abre o seu coração ao outro.

Deus, na Sua imensa sabedoria, criou os seres humanos à Sua imagem, Homem e Mulher. Abençoou-os e deu-lhes a ordem para que dessem fruto, o fruto do ventre.


A criação é o ato de transferir ao outro a sua própria existência, ensinamentos, fazer do outro uma extensão de si mesmo.
Deus deu-nos a graça de sermos coparticipantes na obra da criação, através da maternidade. Este dom da maternidade está impresso na identidade da Mulher, é uma bênção ser mãe. Toda a mulher tem dentro de si o desejo de ser mãe. O instinto maternal é inerente a ela. Carregar no ventre o filho querido e esperado, confere à mulher não apenas uma grande alegria, mas, sobretudo, um senso de realização.

Ser mãe é uma vocação de serviço, um compromisso exigente. Ser mãe é renunciar-se e deixar que um novo ser se forme em si. Uma mãe é capaz de muitas coisas, até mesmo dar a vida pelo seu filho. Gerar um ser dentro de si é um milagre de Deus, uma dádiva, e é maravilhoso quando a mãe se coloca como instrumento, para que os propósitos de Deus se cumpram também através dos seus filhos.

Mãe não é só quem gera, mas quem guarda, quem abre o seu coração ao outro.

Mãe é aquela que fica, quando todos os outros se vão. É aquela que está sempre presente; até mesmo quando o filho já desistiu de si mesmo. É a mãe que faz o impossível tornar-se só mais uma palavra no dicionário. Quando tudo parece não ter solução, parece estar perdido, desacreditado, a mãe é a certeza. Faz-se certeza. Em casa, num quarto de hospital, na porta do tribunal, no trânsito, na fila da creche, na porta da prisão, ela está lá. Sempre está, pois mãe é presença, é luta até o fim.

Não podemos dizer que nos nossos dias é fácil ser mãe. A nossa sociedade ainda é composta por muitos homens que não entenderam o valor de honrar uma mulher, em especial uma mãe. Ainda há aquelas que carregam sozinhas as responsabilidades da sua casa e dos seus filhos. As mães são guerreiras e lutadoras! Mas muitas estão cansadas, doentes emocional e fisicamente. 
Que, com a graça do Espírito Santo, e apesar dos obstáculos, cada mãe consiga, à imagem de Maria, ser “fonte de esperança e de verdadeira alegria”, como o Papa Francisco defende.