Arquidiocese de Braga -
8 julho 2024
“Iconikus” atrai jovens e mostra que Priscos tem muito mais a oferecer para além do Natal
DM - Rita Cunha
Festival de música eletrónica decorreu ontem no espaço onde anualmente se realiza o presépio ao vivo de priscos
Quem no sábado, dia 6, passou pelo espaço onde todos os anos decorre o Presépio ao Vivo de Priscos, naquela freguesia de Braga, terá ficado surpreendido com o movimento registado numa época, por norma, tranquila. É que se nos meses de dezembro e janeiro as filas são imensas para dali entrar e sair, em julho tal não se costuma verificar. Mas ontem foi diferente, e a “culpa” foi do festival “Iconikus”, que captou público essencialmente jovens, atraído pela música eletrónica, com o Dj Padre Guilherme como cabeça de cartaz.
Mostrar que Priscos tem muito mais para oferecer para além do Natal é um dos objetivos, bem como potenciar a visita de outros públicos, já que o Presépio ao Vivo de Priscos dispensa qualquer apresentação, tendo o seu lugar cimentado a nível nacional, como fica patente nas milhares de pessoas de norte a sul do país e até do norte de Espanha que o visitam.
Segundo explicou o padre João Torres, responsável pelo Presépio e pároco de Priscos, um evento como o “Iconikus” “vai à procura de um outro público que tem outras conexões, se calhar mais jovens”, e o facto de se deslocarem à freguesia “também pode potenciar que, na altura do Natal, possam visitar o Presépio”. Para além disso, existe uma certa ligação entre os dois eventos, apesar do que os distingue: “este festival é um acontecimento humano, não é religioso, mas o Presépio também não é um acontecimento só religioso, também tem uma vertente humana muito forte, assim como cultural. Por isso achamos que este tipo de eventos promovem o espaço e fazem com que o que está mais centrado na cidade possa também vir para freguesias como Priscos, descentralizando os grandes acontecimentos porque a freguesia não tem só um produto para oferecer”, disse.
Para além disso, o facto de o Presépio ao Vivo de Priscos alertar as pessoas para a forma como vivem, acaba por se conectar com um evento em que as pessoas convivem e se divertem. “É um espaço que abre horizontes para muitos campos da própria vida humana e isso às vezes é difícil de se fazer noutro tipo de espaços”, sublinhou.
Também o presidente da Junta de Priscos, Israel Pinto, salientou a importância deste festival na promoção do nome da freguesia, da cultura e do Presépio, realizando um “evento diferente do que estamos habituados pelo Natal” e “conseguindo dinamizar o espaço para outro fim, dando-lhe uma nova dinâmica”.
Contudo, alertou que nunca fará parte do propósito “vulgarizar” o Presépio, que é o “ex-libris da freguesia”. “Trata-se apenas de ter outra festa durante o ano neste espaço tão acolhedor. Temos 30 mil metros quadrados para fazer aqui inúmeras coisas fantásticas”, vincou, abrindo as portas a futuras edições.
Quem também mostrou vontade de repetir e até alargar a experiência em Priscos foi o priscense Carlos Pinto, fundador do festival. “Queremos manter este espaço e, eventualmente, alargá-lo aos restantes cenários que o Presépio tem, passando também para a zona da Aldeia dos Judeus e do Campo Romano”, disse, não descurando, igualmente, chegar a outros pontos do concelho de Braga e até mesmo do país.
Esta foi a primeira edição do “Iconikus” em Priscos e aberto ao público. Não houve casa cheia, mas as expetativas estavam elevadas. “Sabemos a dificuldade que é iniciar um projeto de raiz, mas o nosso objetivo é começar, dar passos devagar, e ter um crescimento progressivo”, disse.
Este festival teve caráter solidário, já que uma parte das verbas irá reverter para o Presépio ao Vivo de Priscos.
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