Arquidiocese de Braga -

A Pastoral Universitária da Arquidiocese de Braga envia hoje, dia 20 de julho, um grupo de cinco voluntários para trabalhar numa missão na freguesia da Calheta, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O trabalho a realizar pelos voluntários inscreve-se no âmbito do Projeto “Sementes” que, durante os meses de julho e agosto de 2024, mobiliza um total de 11 estudantes universitários e quatro coordenadoras para projetos de voluntariado internacional com três comunidades cabo-verdianas. 

Miguel Silva, aluno finalista do Mestrado em Biofísica e Bionanossistemas, na Universidade do Minho, é um dos jovens que parte em missão, no dia de hoje. Na bagagem leva o propósito de «estar ao serviço da comunidade» da Calheta, na ilha cabo-verdiana de Santiago, durante um mês.

“Nós vamos numa missão de voluntariado, com a duração de um mês. O objetivo é estar um bocadinho como eles. Nós sabemos que, hoje em dia, estamos muito agarrados aos telemóveis e às tecnologias e vamos estar um mês ao serviço da comunidade. O essencial é mesmo esse, estar ao serviço da comunidade”, disse o jovem de 22 anos, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O grupo de Miguel Silva, com mais voluntárias e a coordenadora, vai dedicar-se a trabalhar com «crianças, jovens e adultos» e dinamizar projetos que passam pela educação, disciplinas como o português básico e a matemática simples. Ao grupo dos jovens e recém-adultos vão falar, “por exemplo, de reciclagem, de educação sexual, de coisas um bocadinho mais avançadas”, e com os mais idosos, vão fazer “alguns rastreios, desde diabetes à tensão”, transmitir “informações sobre saúde” e ajudar a combater a “solidão”.

Este grupo de cinco voluntários tem conhecimentos em diversas áreas do saber. Miguel Silva é de Ciências - aluno de Mestrado em Biofísica e Bionanossistemas, na Universidade do Minho -, uma das voluntárias está num Mestrado de Ensino da Matemática, outra está Educação Básica e a coordenadora é da área da ciência e da Engenharia.

Nove meses de preparação

Miguel Silva adianta que tiveram formação para alguns destes serviços mais específicos que vão fazer, como da área da saúde, e destaca a formação realizada «ao longo dos últimos nove meses», desde setembro, promovida pela Pastoral Universitária da Arquidiocese de Braga para saberem «lidar com certas situações» na missão, para “um crescimento pessoal que faça perceber e compreender algumas das dificuldades” que possam ter lá.

“É fundamental neste caminho, esta formação que temos semanal, ao longo destes meses. Por exemplo, numa das atividades que são recorrentes, os coordenadores dão-nos um papel, imaginamos uma situação: ‘como é que devemos atuar? O que é que devemos fazer?' E nós discutimos em grupo. Isso é ótimo para nos pôr todos na mesma base, saber como agir perante uma situação que são situações que já aconteceram nos anos anteriores e que não são impossíveis de voltar a acontecer”, desenvolveu o voluntário do Projeto ‘Sementes’, que, em 10 anos, levou mais de 250 jovens universitários em missão.

Deslocado em Braga, o estudante natural de Lousada está no último ano de mestrado e no quinto ano como voluntário, o primeiro em que teve “mesmo oportunidade de fazer voluntariado internacional”.

Até agora, Miguel tinha trabalhado em projetos locais de voluntariado também promovidos pela Pastoral Universitária de Braga junto de várias instituições. A primeira experiência aconteceu ao 17 anos de idade. “Depois, ganhei aquele gostinho, porque é o que toda a gente diz: ‘nós recebemos muito mais do que o que damos”, resume.

Redação/ECCLESIA