Arquidiocese de Braga -

1 junho 2025

Livro eterniza a gratidão e generosidade dos irmãos da Irmandade dos Congregados

Fotografia DM

DM - Francisco de Assis

A Basílica dos Congregados acolheu, ontem à tarde, a apresentação da monografia “Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Santa Anna dos Congregados”, da autoria de Alexandra Pereira de Castro, presidente da Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Santa Ana dos Congregados. Trata-se, acima de tudo, de um livro que eterniza a gratidão, a memória e a generosidade dos irmãos da Irmandade, incluindo da irmã, Alexandra Pereira de Castro, autora da publicação.

A obra foi apresentada pelo padre Paulo Terroso, reitor da Basílica dos Congregados e irmão honorário da Irmandade. Aliás, o posfácio também é dele. Na mesa esteve, igualmente, o irmão honorário D. José Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga, que prefaciou o livro de Alexandra Pereira de Castro.

A plateia esteve bem composta com familiares e amigos da autora, muitos irmãos da Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Santa Ana dos Congregados, o Arcebispo Emérito de Braga, antigo reitor dos Congregados, os pais do padre Paulo Terroso, entre outros convidados mais ou menos ilustres.

Na sua intervenção, a autora, a primeira mulher a presidir à Irmandade referiu que a publicação foi lançada no final de maio, o mês por excelência da Mãe do Céu, o que conferiu ao momento um significado especial.

Alexandra Pereira de Castro esclareceu que este  «o livro da gratidão, o livro da Memória, o livro dos Irmãos». Lembrou que não se trata de um livro sobre o monumento, sobre a história da Basílica dos Congregados, nem de analisar os retábulos, a arte sacra ou outros aspetos.

Preferiu, isso sim, valorizar os nomes de 4279 irmãos, desde 1843, data em que há registos, até 2025. São os nomes de juízes e presidentes, reverendos dos Congregados, capelães e reitores que fazem parte dos anais da história dos Congregados. O livro tem ainda um poema de Pedro Homem de Mello e dois poemas à Mater Dolorosa, à Nossa Senhora das Dores: um, de Alfredo Pimenta e outro de Alberto Madureira. A publicação contém muitas curiosidades também sobre a história de Braga. Alexandra Pereira de Castro fez questão de esclarecer que o livro é uma «dispendiosa edição de autor, de reduzida tiragem» e custeada por ela própria. Ou seja, a Irmandade não teve qualquer custo com a publicação. Mas, além de ficar com um «valioso estudo historiográfico», mormente sobre os irmãos, a autora ofereceu algumas dezenas de exemplares para serem vendidos e o valor arrecadado vai para as obras de recuperação. Daí ter feito um apelo também à compra da publicação.  

Este foi, aliás, um gesto muito apreciado e valorizado tanto pelo padre Paulo Terroso como pelo Arcebispo de Braga. Ou seja, também ela se insere na generosidade que carateriza todos aqueles e aquelas que serviram a Irmandade.

D. José Cordeiro salientou que, para além da generosidade da autora, ao presidir à Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Santa Ana dos Congregados, Alexandra Pereira de Castro ainda oferece esta publicação. Por isso, felicitou a autora, com «enorme gratidão este prestimoso contributo», para a história da Irmandade, da Basílica e até de Braga. Para o Arcebispo de Braga, através desta monografia, Alexandra Pereira de Castro conduz o leitor a uma espécie de «álbum de família dos Congregados», precisamente no dia do Jubileu das Famílias, que aconteceu em Roma. O prelado considerou ainda que a autora começou a escrever a «história do futuro», valorizando a importância da tradição, «que é o grande depósito da fé». Por sua vez, o padre Paulo Terroso, também agradeceu a «generosidade» de Alexandra Pereira de Castro, para além da importância intrínseca do livro. Saudou a «coragem, dedicação e sentido de missão nesta tarefa de memória».

O reitor dos Congregados não se esqueceu da filha da autora, Ester, nascida no «significativo» dia de São Filipe Néri, «o santo da alegria, da ternura e do espírito acolhedor», fundador da Congregação do Oratória, cuja presença deu origem à construção da igreja dos Congregados.

«Entre tantas obras dedicadas à história das instituições religiosas, poucas se escrevem com o cuidado de quem sabe que a alma das instituições são as pessoas. Este livro de Alexandra Pereira de Castro é uma das raras exceções», disse o padre Paulo Terroso, vincando que as instituições são as pessoas. E elucidou os presentes com o que se passa com as lideranças mundiais. 

Regressando ao livro, nomeadamente sobre o minucioso trabalho de escrever todos os nomes dos irmãos desde 1843 até 2025, o reitor da Basílica dos Congregados considera que «constituiu uma das mais notáveis e valiosas contribuições do livro. Trata-se de um ficheiro meticuloso, construído com rigor arquivístico e paciência investigativa», elogiou, acrescentando: «a riqueza desde conjunto é tal que poderá, no futuro, constituir a base de um estudo sociológico aprofundado sobre a composição das classes sociais em Braga ao longo de quase dois séculos».  

Aliás, o padre Paulo Terroso lembrou a «sensibilidade e rigor» que Alexandra Pereira de Castro coloca nas suas várias obras publicadas.