Arquidiocese de Braga -

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) de Braga aprovou, na sua assembleia diocesana, sábado, o plano de ação para 2025/26, o qual aponta vários desafios prementes no mundo laboral e social.

No comunicado final, os militantes da LOC/MTC denunciam a tendência para a desregulação das relações de trabalho, a estagnação dos salários face ao aumento do custo de vida e o impacto da Inteligência Artificial, que «está a provocar uma nova revolução industrial» que dispensa postos de trabalho e agrava desigualdades.

Criticam ainda a proposta de alterações do Código de Trabalho que, segundo o movimento, «colocam de lado a agenda pelo trabalho digno e favorecem a classe empresarial».

A questão da falta de habitação é outro dos pontos fortes deste plano, onde a LOC/MTC alerta para o drama de muitas famílias que, apesar de encontrarem emprego, não conseguem aceder a habitação digna e compatível com os rendimentos. 

«O sistema económico e habitacional tem falhas graves e estruturais, a legalidade nem sempre coincide com a justiça social, sobretudo quando não há soluções para casas baratas e dignas», lê-se no comunicado final.

Os militantes manifestam ainda preocupação com a fragilização da cidadania e da democracia, perante o crescimento de forças políticas não democráticas e o clima de insegurança potenciado por guerras e desigualdades.

«A guerra implantou-se no nosso quotidiano e a insegurança está a ser usada para assustar os cidadãos».

A LOC/MTC reafirma o compromisso de continuar a ser uma «voz profética e solidária», denunciando as injustiças sociais e promovendo a dignificação do trabalho e uma participação ativa e criativa, alicerçada nos valores do Evangelho. Compromete-se ainda a aprofundar as razões que levam as pessoas a imigrar.

«Não há migrantes ilegais, há migrantes em situação desigual. É preciso que as leis sejam justas, consagrem valores e políticas equilibradas de acolhimento, integração e inclusão», acrescenta.

Desta assembleia saiu ainda um apelo  no sentido do rejuvenescimento e expansão da LOC/MTC, com a criação de novos grupos de militantes nos locais de trabalho e nas comunidades. 

A assembleia diocesana, que reuniu representantes de todos os grupos de militantes da Arquidiocese, bem como vários simpatizantes do movimento, contou com um momento de formação orientado pelo cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, subordinado ao tema “A Inteligência Artificial na Evangelização e dignificação do mundo do trabalho”.

A assembleia aprovou também os relatórios e contas de 2024/25, bem como o plano e orçamento para 2025/26. 

Entre os convidados estiveram Américo Monteiro, coordenador nacional da LOC/MTC, Ramiro Vilar e Guilherme Costa, da equipa diocesana do Porto, bem como o padre Adão Almeida, antigo assistente diocesano da JOC de Braga.

O bispo auxiliar de Braga D. Nélio Pita participou numa parte dos trabalho e deixou uma mensagem de esperança e continuidade, encorajando os militantes a perseverar no testemunho cristão e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.