Arquidiocese de Braga -

10 maio 2024

EMRC Spring Fest’24 vai juntar na Póvoa de Varzim mais de 10 mil alunos

Fotografia DR

DM - Carla Esteves

Evento decorre no parque da Cidade, no próximo dia 15 de maio

Destinada aos estudantes do 3.º ciclo do Ensino Básico, a EMRC Spring Fest’24 é organizada pelo Serviço de EMRC do Departamento Arquidiocesano para a Presença da Igreja no Ensino, em parceria com a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, e decorre, este ano, sob o tema “Bem comum e bem do outro – Cuidar da Casa em Comum”. Para saber tudo acerca deste evento com características únicas, o Diário do Minho esteve à conversa com a equipa coordenadora, que deu a conhecer todos os  pormenores daquele que promete ser o melhor EMRC SpringFest de sempre. 

O diretor do Departamento Arquidiocesano para a Presença da Igreja no Ensino, padre Miguel Rodrigues, recordou que esta atividade surgiu em 2021, dirigida aos alunos do 7.º, 8.º e 9.º anos, e que não sendo ímpar no país, no sentido de ser única, “é ímpar nos moldes em que é realizada”.

“Não queremos dizer que somos os melhores, mas gostamos de proporcionar uma valorização da disciplina aos nossos jovens, aos nossos professores e às comunidades escolares presentes na nossa Arquidiocese de Braga”, afirmou o responsável, explicando que  “o evento surgiu precisamente pela necessidade de criar um momento de envolvência  diferente, onde se proporcione o trabalho acerca de diferentes aspetos de valorização humana e de expressões afetas ao programa de EMRC e à fé católica”.

O padre Miguel Rodrigues alerta que “o encontro em contexto de lazer também é um momento de evangelização, de transmissão de valores, constituindo um ‘upgrade’ muito grande com as nossas escolas”.

Póvoa de Varzim foi “escolha natural” 

O Parque da Cidade da Póvoa de Varzim surgiu, desde o início, como uma “escolha natural», não apenas por uma questão logística ( já que, pela sua magnitude, este espaço permite-nos uma variedade de opções), mas pelos seus diferentes espaços verdes e pela ligação à natureza, que muito acrescenta ao evento”.

“Não é qualquer local que pode acolher tanta gente”, afirmou o diretor do Departamento Arquidiocesano, acrescentando que “a autarquia da Póvoa de Varzim foi um dos primeiros parceiros logo na primeira edição”.

Por outro lado, o secretário do Serviço de EMRC, Pedro Mendes, acrescentou que a escolha da Póvoa se prendeu também, desde o início, com a vontade de proporcionar experiências aos alunos numa zona em que a adesão à disciplina “não era notória quanto o pretendido”, sendo Póvoa de Varzim e Vila do Conde as duas zonas da Arquidiocese de Braga em que a taxa de frequência é mais reduzida, rondando os 25%.

Cristina Castro, professora de EMRC, realça  a enorme logística que um evento com esta dimensão implica, uma vez que são aguardados quase 10 mil alunos, num evento que também congrega 717 professores e mais 170 voluntários.

“Este ano temos uma logística muito maior do que nos outros anos. Na primeira edição foram à volta de 3500 alunos e nós já achámos que eram muitos e no ano passado, mais uma vez, lançámos o desafio aos Agrupamentos da Arquidiocese e passámos para 7500, um número que nos assustou logo à chegada porque pareciam ser três vezes mais. Este ano, nunca imaginámos que seriam tantos, o que para nós é uma alegria, mas também um susto muito grande”, admitiu.

Cristina Castro evidencia que embora a logística seja avassaladora, “as parcerias e o trabalho em equipa ajudam imenso”, e vinca  que  a grande preocupação da organização é mesmo a segurança.

“São crianças, são filhos e, por isso mesmo, a segurança será sempre  a nossa grande preocupação! Mas acredito que com o trabalho que temos feito ao nível das equipas de segurança e com o envolvimento da polícia, vai correr tudo bem. E habitualmente os alunos cumprem as regras”, afirmou.

Sobre o programa, Pedro Mendes adiantou que é “muito diversificado”, destacando a vertente dos workshops e do “saber fazer e relacionar-se”.

“Desde Yoga, Krav Maga e boxe, a momentos musicais, até à oportunidae de tecerem uma amostra de uma camisola poveira, o programa está muito direcionado para a prática. Temos também parcerias com várias entidades, como a Companhia de Teatro de Santo Tirso, atividades de expressão plástica e artística, e mais radicais como insufláveis e paddel no lago, bem como dois palcos com animação constante com Rich & Mendes,  Dj’s oficiais da RFM, os dj’ residentes Kassama e DJ Math e o DJ Costa”, revelou.

Evento desafia jovens a ver a natureza com olhar renovado e a deixar o mundo melhor 

Cuidar da Casa Comum e olhar a natureza e o outro com um olhar renovado é o grande desafio da EMRC SpringFest’24, que se fundamenta no curriculo da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e nas encíclicas “Laudato Si” e Fratelli Tutti”, da autoria do Papa Francisco.

O secretário do Serviço de EMRC, Pedro Mendes, disse ao Diário do Minho que “tudo é feito de maneira lúdica, seja através de workshops, seja através da noção de que se encontram um parque limpo, no final do evento e têm que ter a responsabilidade de o limpar”.

Paulo Gomes, professor em mobilidade estatutária para a Equipa Nacional de Apoio à EMRC, realça que este é sobretudo “um evento inclusivo, pelo que à vertente da inclusão são dedicados espaços e vários recursos humanos para que todos os jovens se sintam integrados e valorizados”.

“Este ano, pela primeira vez, recebemos um convite para integrar no evento uma escola estrangeira que se encontra em ERASMUS e que também participará connosco, reforçando a vertente da integração. O convívio, durante o dia vai contribuir para que, na multiculturalidade, eles se abracem no respeito mútuo e levem o que receberem estes dias para casa e para a escola”, afirmou.

Para Paulo Gomes “fomentar relações, respeito mútuo e proteger a casa comum é a base porque «todos os jovens podem ser interventivos na sociedade desde que lhes lancem os desafios adequados”». 

Uma mais-valia para a disciplina

A EMRC SpringFest assume-se como uma mais valia para criar um olhar renovado sobre a presença da disciplina de EMRC nas escolas. 

“Queremos mostrar que não fazemos só umas atividadezinhas, não tentamos só impingir a fé católica. Não é esse o nosso objetivo, mas sim formar bons homens, boas mulheres que, no futuro, tenham os valores em que acreditamos e que esta atividade permite agregar”, afirmou o diretor do Departamento Arquidiocesano para a Presença da Igreja no Ensino.

Segundo o padre Miguel Rodrigues “sai valorizada a disciplina, a escola, a aprendizagem e também o modo como evangelizamos”.

A este propósito, o professor de EMRC, Filipe Pereira lembra que “só podemos ser quando temos ocasião para poder sê-lo!”

“Este é um momento de divertimento onde eles sabem ser e sabem estar! Relativamente aos conteúdos de EMRC que estão presentes no encontro, realço o facto de no 8.º ano termos uma unidade letiva sobre Ecologia e Valores e no 9.º ano termos outra acerca da Dignidade da Vida Humana, que são postas em prática neste evento”, afirmou.

A professora Cristina Castro considera o EMRC SpringFest é “um evento transformador e combate preconceitos porque ali os alunos percebem que não estão sozinhos, criam amizades, que cultivam em presença e através das redes sociais e surgem mesmo relações de namoro”.

“No mês que se segue, temos sempre que ser mais rígidos na sala de aula porque eles contam imensas histórias sobre o que viveram. Nós questionamo-nos como é possível viver tanto em meia dúzia de horas”, brincou. 

Também Pedro Mendes realça que “a animação é fundamental” e lança o convite aos secretariados de EMRC a nível nacional , diretores de escola e representantes de associações de pais para que marquem presença neste momento de festa e de interculturalidade. 

No futuro, o alargamento do evento ao segundo ciclo e ao secundário,  não está colocado de parte, de maneira a poder proporcionar a experiência também a estes ciclos de ensino.