Arquidiocese de Braga -

7 outubro 2024

Presidente da União de Superioras Gerais sublinha importância de abrir às mulheres "funções de liderança"

Fotografia synod.va/Lagarica

Agência ECCLESIA

Responsáveis destacam necessidade de alargar debate à participação de todos os leigos

A presidente da União Internacional das Superioras Gerais (UISG)disse hoje no Vaticano que a Assembleia Sinodal tem debatido a necessidade de promover maior presença feminina em “funções de liderança”, na Igreja.

“Penso que um dos apelos do Sínodo é a partilha das possibilidades que se abrem às mulheres para desempenharem funções de liderança na governação da Igreja, e há muitas boas práticas em todo o mundo”, referiu a irmã Mary Teresa Barron, em declarações aos jornalistas, na sala de imprensa da Santa Sé.

A responsável falava durante o briefing diário dedicado aos trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária dos Sínodo dos Bispos, que decorre até 27 de outubro.

“Há uma lista das possibilidades que existem, devemos partilhar essas boas práticas e aprender uns com os outros”, insistiu a presidente da UISG.

A religiosa admitiu dificuldades, mas sublinhou que os trabalhos sinodais têm insistido no convite a “explorar mais possibilidades”.

“Temos a tendência de olhar para o assunto a partir da questão de saber se as mulheres podem ou não ser ordenadas na Igreja atual”, assinalou, pedindo que a questão seja vista de uma forma “mais ampla”.

D. Gintaras Grusas, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), foi outro dos presentes no encontro com a imprensa, destacando a importância de “não excluir muitos outros temas importantes dos carismas e dos ministérios”, por causa do debate sobre o papel das mulheres.

“Os carismas ou a vocação dos cristãos leigos nas famílias, nas funções que desempenham atualmente, seja nos hospitais, seja nas escolas, têm de ser valorizados também. Assim, o papel das mulheres e dos homens, onde quer que estejam a trabalhar na Igreja, deve ser corretamente valorizado, e uma ou outra parte do discurso não deve distorcer esse chamamento vocacional”, acrescentou o arcebispo lituano.

O cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim (Índia), destacou, por sua vez, a importância do diálogo inter-religioso, precisando que as conferências episcopais asiáticas adotaram a terminologia “religiões vizinhas”, para se referir a quem professa outro credo.

Outra preocupação destes episcopados é a relação com os jovens e o mundo digital, “um desafio para todos”.

A conferência de imprensa desta tarde voltou a abordar a relação entre os grupos de trabalho criados pelo Papa, para desenvolver temas surgidos na sessão de 2023, e a Assembleia Sinodal.

Os vários membros vão ter um momento de encontro, durante esta segunda sessão, para debater o percurso realizado e deixar contributos para os dez temas selecionados por Francisco.

Os grupos de trabalho vão funcionar até junho de 2025, debatendo um conjunto de questões doutrinárias, pastorais e éticas “controversas”, referidas no Relatório de Síntese da primeira sessão sinodal – desenvolvendo temas ligados à pobreza, missão no ambiente digital, ministérios (incluindo a participação das mulheres na Igreja e a pesquisa sobre o acesso das mulheres ao diaconato), relações com as Igrejas Orientais, Vida Consagrada e movimentos eclesiais, formação dos sacerdotes, ministério dos bispos, papel dos núncios, ecumenismo e questões doutrinais, pastorais e éticas “controversas”.

OC



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