Arquidiocese de Braga -

A pequena paróquia de S. Romão do Corgo, em Celorico de Basto, voltou, esta sexta-feira dia 4, a mostrar a sua «fé inabalável» na causa da beatificação e canonização de Frei Bernardo de Vasconcelos. O filho da terra, que aguarda a decisão de Roma para subir aos altares do mundo, passou a ter mais um elemento que o perpetua no adro da igreja paroquial, como patrono dos jovens bracarenses na sua caminhada rumo à participação na Jornada Mundial da Juventude.

Frei Bernardo de Vasconcelos foi o modelo de santidade e inspirador que a Arquidiocese de Braga escolheu, em julho de 2023, para patrono dos jovens bracarenses na caminhada rumo à Jornada Mundial da Juventude. Sob a sua inspiração, pelo arciprestado e igreja paroquial de S. Romão do Corgo, passaram mil jovens peregrinos das paróquias de Troys (França) e Toledo (Espanha). Agora, numa lateral do adro da igreja da sua terra natal, onde já antes se havia erguido o seu busto, tudo isto fica perpetuado, num «simbólico elemento» de uma placa com o seu rosto e aquelas referências.

O novo memorial integrou a celebração do 93.º aniversário do monge beneditino e poeta místico, que faleceu na flor da idade com fama de santidade, mas que se destacou pela sua «profunda e estreita relação com Deus».

Assim, aquela cerimónia inaugural pretendeu «assinalar a data e continuar a prosseguir no caminho da causa da sua beatificação e canonização». «Uma causa que seguirá o seu rumo, mas que conta com todos nós na promoção e valorização das muitas virtudes que lhe são atribuídas, porque Celorico de Basto é um concelho de causas e orgulha-se por sentir que a comunidade está dedicada,  movida por uma fé inabalável e grata por ter como referência este jovem tão único, pela sua sensibilidade, espiritualidade, entrega a Cristo e à comunhão, reconhecido pelos princípios morais e éticos, mas sobretudo pela sua fé profunda», ilustrou e valorizou o presidente do Município, José Peixoto Lima.

Com efeito, «esperamos em breve a sua beatificação», sublinhou o Arcebispo de Braga, acrescentando que «para nós, peregrinos de esperança, desejamos que este dia possa vir a ser memorável e que a causa da beatificação e canonização, com o monsenhor Mário Rui, em Roma, e o Hugo Peixoto, aqui, mas também todos nós, possamos prosseguir ainda mais entusiasmados e iluminados por Frei Bernardo de Vasconcelos». Falando no início da eucaristia solene que assinalou o 93.º aniversário da morte do Venerável Frei Bernardo, na igreja paroquial de S. Romão do Corgo, em Celorico de Basto, D. José Cordeiro partilhou que o «tocou particularmente»,  no opúsculo da novena que antecedeu a eucaristia, uma carta que Bernardo escreveu a D. Gabriel de Sousa, o Abade de Singeverga, cerca de seis meses antes de falecer: «Às vezes pergunto, é natural, o que será de mim? Que quererá o Senhor deste pobre monge? Há dias que são noites, tempestades, mas há sempre um clarão de esperança, um fiozinho, uma réstia de luz. O Senhor prova-me muito, pisa-me todo e é assim que mais me prende, pois a quem irei se só Ele tem palavras de vida eterna». Uma passagem que o Arcebispo Metropolita prometeu citar, hoje, em Guimarães, no Dia dos Jovens da Arquidiocese de Braga.